acorda, toma banho, sai na rua, alguém o nota, acordou.
Pára no ponto, vêm a lotação, ele a nota, acordou.
Na estação de trem, alguma confusão daquelas que só se entende se pega do início, pessoas discutindo, gritando, falando coisas que só deixam claro o que elas sentem naquele momento: raiva. Por que? O que será que aconteceu?
Pensa em perguntar para alguém, mas não, nesses casos tudo é tão insensato que provavelmente este também não o saberá e o seu pontapé inicial, fará com que esse 2º faça a mesma questão a um 3º e assim, ele estaria também inserido num grupo envolvido com aquela sensação. Não! Melhor nem saber!
No trem, percebe uma movimentação diferente, muitas pessoas fora de casa às 8h da manhã de um feriado. O que será que está acontecendo? Será jogo? Não, é muito cedo!
Pára no ponto, vêm a lotação, ele a nota, acordou.
Na estação de trem, alguma confusão daquelas que só se entende se pega do início, pessoas discutindo, gritando, falando coisas que só deixam claro o que elas sentem naquele momento: raiva. Por que? O que será que aconteceu?
Pensa em perguntar para alguém, mas não, nesses casos tudo é tão insensato que provavelmente este também não o saberá e o seu pontapé inicial, fará com que esse 2º faça a mesma questão a um 3º e assim, ele estaria também inserido num grupo envolvido com aquela sensação. Não! Melhor nem saber!
No trem, percebe uma movimentação diferente, muitas pessoas fora de casa às 8h da manhã de um feriado. O que será que está acontecendo? Será jogo? Não, é muito cedo!
Desce no terminal, se assusta mais a cada passo, muitas pessoas, um alvoroço só. Quando os grupos se encontram, emitem gritinhos de felicidade. Pensa: “parece a parada gay, será que é hoje?”. Ao mesmo tempo presencia um pequenos grupo desdenhar da imagem de um sujeito afeminado, logo conclui: “Não, não é a parada gay”.
No metrô o mesmo clima festivo. Ele realmente não faz a mínima idéia do que está acontecendo. Onde as pessoas vão? O que as une assim de forma tão assustadora a ponto de você sentir a sensação de que a qualquer momento elas podem tanto te inserir, como te enforcar entre uma estação e outra.
Sai na grande estação da cidade e vê a faixa: “Marcha para Jesus!”.
Acordou?
Que sensação foi essa que ele sentiu? Incerteza? Ele não sabe, mas provavelmente é a mesma que sente um velhinho que saí normalmente a rua num domingo qualquer e se depara com um monte de travestis tendo acessos frenéticos de liberdade ou mesmo de uma criança que vai a um jogo de futebol com o pai e tem que esconder a camiseta de seu time por debaixo da blusa, sem compreender porque.
Incrível como a humanidade anda igual. Como precisamos da força do coletivo para nos sentirmos livres nesse mundo de olhos sempre a espreita. São tantos pontos de vista, que assim como muitos saem de casa com sensação de liberdade uma vez por ano, outros a tem uma vez por semana.
Bandos!!
Marchem para Jesus, pelo Timão, pelo Pumba, pela liberdade de seu pênis, mas marchem sem parar, para bem longe... e deixem o caminho livre para aqueles que buscam sua própria verdade, a de que nada lhes parece suficientemente maduro a ponto de ser consumido tão cegamente.
Que mundo assustador!!
Sim, agora ele acordou.
(Obs.: Se vou à parada no domingo? Acho que sim, não é sempre que se pode paquerar na rua).