sábado, 21 de dezembro de 2013

Epifanías aéreas ou morando no ar

Caminhando pelas ruas me deparei com o faról de quatro faixas em vermelho piscante. Quantas faixas conseguiria atravessar? Duas no máximo? Então por que atravessar se não conseguirei chegar ao outro lado? Para avançar um pouco mais? Talvez, mas por que não aguardar o momento certo, para em uma tacada chegar ao outro lado e não me ver ilhado no meio de 1 metrô de concreto com pedaços de lata passando em alta velocidade ao meu lado? 

São duas maneiras de chegar lá. Hoje, preferi esperar, uma dádiva conquistada por alguém ansioso de nascença, que se pá já saiu calculadamente chorando só para mostrar atitude e evitar levar uns belos safanões do médico. Pois parado a aguardar, fui tomado pela presença de um pássaro sobrevoando minha existência. Ele dava vôos rasantes, cortava o ar com pura liberdade e retomava com força subindo cada vez mais alto. As vezes se soltava no ar com tanto desprendimento que só o fato de suas asas estarem abertas o faziam subir cada vez mais, ele era um pássaro sábio, e sabia aproveitar sua condição de pássaro.




Enquanto repetia seu ritual, vi nele um atleta, se testando cada vez mais a cada circuito que repetia no ar, vi nele um aventureiro, que ousava não pousar um só momento e se jogava naquela sensação cada vez com mais intensidade, vi nele um artista, que bailava no ar e que com a poesia de seus movimentos prendeu minha atenção e por último vi a mim e a você, que como qualquer outro ser aproveitava aqueles curtos momentos de sintonia com os elementos, antes de retornar para o instinto inverso da condição de sua existência contínua.

Sinal verde, volto a caminhar.

sábado, 5 de outubro de 2013

a sangue frio

"More tears are shed over answered prayers than unanswered ones."



Mais lágrimas são derramadas pelas preces respondidas do que pelas não respondidas.


(Epígrafe do último romance, inacabado de Truman Capote).

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

um arquivo, uma idéia, uma obra

Ni una sola palabra de amor mostra gravaçoes telefônicas da vida de um casal argentino. A idéia surgiu de uma velha fita cassete de secretária eletrônica comprada em um mercado de antiguidades de Buenos Aires em 2001, 12 anos antes. O curta foi premiado na Espanha, Itália, Bélgica, Alemanha, México e Colômbia e já a marca de 885 mil visitas no YouTube.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O que tira o sono dos caras mais espertos do mundo?

10. Que as pessoas inteligentes, como estas que contribuem com a Edge, não farão política. – Brian Eno, músico.

12. Que os mecanismos de busca se tornem os árbitros da verdade. – W. Daniel Hillis, físico.

21. “Não muito. Ando de moto sem capacete.” – J. Craig Venter, cientista genômico.

22. Catarse é uma alegria transcendental que... Você pode repetir a pergunta? – Andrian Kreye, editor do jornal German Daily.

23. “Desisti de responder perguntas. Meramente flutuo num tsunami de aceitação de qualquer coisa que a vida jogue em mim... E me maravilho estupidamente.” (Resposta completa) – Terry Gilliam.

27. Que vamos parar de morrer. – Kate Jeffery, professora de neurociência comportamental.

32. “É possível que sejamos apenas raras manchas de consciência flutuando num insensível deserto cósmico, as únicas testemunhas de suas maravilhas. Também é possível que vivamos num oceano senciente universal, rodeados por êxtase e conflito, e que isso esteja aberto à nossa influência. Como seres sensíveis, ambas as possibilidades deveriam nos preocupar.” – Timo Hannay, edito


35. A arrogância absoluta da humanidade. – Jessica L. Tracy, professora de psicologia.
36. Que a tecnologia possa pôr a democracia em perigo. – Haim Harari, físico.
37. Não se preocupe, não haverá uma singularidade. – Bruce Sterling, escritor de ficção científica.
50. Que estamos nos tornando demasiadamente conectados. – Gino Segre, professor de física e astronomia.
67. Realidade aumentada. – William Poundstone, jornalista.
69. Que vamos passar tempo demais nas redes sociais. – Marcel Kinsbourne, neurologista.
70. Que a idiocracia está próxima. – Douglas T. Kenrick, professor de psicologia.
91. “Me preocupo com a perspectiva de amnésia coletiva.” – Noga Arikha, historiadora de ideias.
121. “Muitas pessoas se preocupam com não termos democracia suficiente no mundo; eu me preocupo que talvez nunca possamos ir além da democracia.” – Dylan Evans, CEO da Projection Point.
127. “Me preocupo porque a imaginação livre é supervalorizada, e isso tem riscos.” – Carlo Rovelli, físico teórico.
131. Que não teremos um Plano B quando a internet inevitavelmente entrar em colapso. – George Dyson, historiador científico.
134. Que o cérebro é incapaz de conceber nossos problemas mais sérios. – Daniel Goleman, psicólogo.
145. Que não vamos ser capazes de entender tudo. – Clifford Pickover, matemático e escritor.
150. Que a ciência periga se tornar o inimigo da humanidade. – Colin Tudge, biólogo e editor da New Scientist.


Fonte: http://www.vice.com/pt_br/read/150-coisas-que-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo-temem?utm_source=VICEBrNewsletter

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

sentimento nú

Se tem uma coisa que não me atrai muito na música contemporânea são essas novas divas. As vezes por acaso me vejo consumindo essas garotas em alguma festa, ou na casa de algum amigo que exibe um show em DVD ou comemora animado o lançamento de um novo hit. Geralmente vale a pena ver o que anda acontecendo em seus vídeo-clipes, pois eles vem recheados de inovações tecnológicas, tentativas cada vez mais ousadas na originalidade dos figurinos, num geral muito dinheiro investido. Não é uma crítica, é só uma falta de interesse natural mesmo.

Porém, uma delas, a que menos conhecia, é quem vira e mexe acaba lançando algo que curto. Este último vídeo é tão simples, que parece que ressalta a sensação que a música passa. Não quero divagar muito, mas gostei bastante

oscar 2012

Legal esta arte criada pelo designer Olly Moss para divulgação do evento. Só não entendi porque aquele rombo no ano de 2001. Teria algo a ver com os atentados de 11/09? Até onde recordo, ouve sim premiação, até porque lembro de que o Woody Allen, que sempre fez questão de não comparecer a cerimônia, subir ao palco encorajando para que as pessoas não deixassem de filmar em Nova York. Achei estranho, pesquisei no google e os anos da premiação não batem a partir deste rombo no cartaz. Vai entender...


Vale dar uma passada pelo site do designer e conferir outras artes feitas para poster de filmes.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

similaridades

Três visões da loucura e da superação.


Três visões sobre a paralisia e a superação.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

dancing with myself

Filmes musicais. Gosto ou não gosto? É uma dúvida que permeia minha cabeça...

Sempre que alguém propõe ver um, fico na imensa dúvida de se devo ou não me jogar. Vi alguns tão tediosos, que me traumatizaram, mas também outros tão inspirados e alguns bem geniais. Não dá pra culpar o gênero, parece que cada um sai na medida da produção. E que produção! Arrisco dizer que musicais são as obras mais difíceis de se conceber artisticamente, imagina, são canções, texto, atuações, dança, e todos os outros elementos que já compõe um filme comum orquestrados. São diversas expressões em uma só peça, muita responsa.

Hoje vi um por acaso, digo porque não sabia que era um musical, o filme irlandês "Once" (Apenas uma vez). Me dei conta vendo, que se tratava de um musical, algo que tardou um pouco, pois o filme é avesso ao universo que estamos acostumados nessas produções. Sem elencos dançantes, sem movimentos expressivos de câmera, sem quebra nenhuma de universo, os personagens cantam e vivem sozinhos com suas canções, e isso basta.


Preenchido quase que 80% por canções, o filme foi definido como um musical naturalista, onde os músicos Glen Hansard (da banda "The Frames") e Markéta Irglová (instrumentista da República Checa), interpretam composições feitas por eles mesmos. É uma graça o filme, se é que isso pode ser definição de uma obra assim! Ha! Mas foi a sensação que deixou. Super maduro, o romance acontece sem um beijo, sem uma cena de sexo, mas com toda a carga emocional que um grande filme precisa. Que venham mais musicais naturalistas, deu gosto de quero mais!!


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

crescendo

Fiquei de boca aberta de saber que aquele garotinho que contracenou com o Hugh Grant no "About a boy" é o mesmo cidadão crescido que preenche a lista de homens incríveis do "A single man". Saca o crescimento... parabéns! Ha!





segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

desatitutes


O que é o amor?

É uma pergunta que faço sempre que tenho oportunidade. A desconhecidos, a amantes, a forasteiros. Gosto de ouvir as súbitas definições que as pessoas traçam de improviso, uma mescla de algo que impressione com algo biográfico. É perceptível que todo mundo fantasia um pouco, um toque de sonho e de otimismo, geralmente combinado com um leve gosto amargo de alguma experiência vivida.

Para mim o amor é um questão tão grande quanto a morte. Ela pelo menos só se conhece uma vez, é uma vivência única. O amor acontece e a gente segue vivo. Tem gente que morre dizendo que nunca amou, tem gente que afirma que só vive porque ama. É Possível viver sem amar? E amar sem morrer?

Esse sorriso vai ser a minha desgraça. É uma frase que ouvi recentemente e que define bem a sensação de quando me pego flutuando, sem ouvir uma palavra que saí de determinada boca. Neste momento penso, o que é o amor senão ruína?

As certezas destruídas, escombros de conceitos, a velha biblioteca de razões parece estar organizada em uma nova ordem, absurda. É a morte da razão. Tudo está lá, milimetricamente ajustado, catalogado e disponível, mas aquilo tudo parece loucura, aquelas certezas ali descritas.

Abra um livro aleatório.

O quanto de amor existe nas atitudes? E quanto mais dele existe nas desatitutes?

Tenho dor nas costas.