quinta-feira, 19 de abril de 2012

Antes tarde do que nunca.

Quando eu era adolescente, não existia cinema para me identificar diretamente, os jovens da telona eram interpretados por adultos de 30 anos com chiquinhas, franja ou aparelho em histórias bem, mas bem pastelonas mesmo.

Já era hora do cinema retratar essa fase tão rica de temas e possibilidades de linguagem de maneira mais fiel. Os exemplos nacionais já vem despontando a um tempo, o mais recente e bem sucedido foi "As melhores coisa do mundo" de Laís Bodanzky, que é bem legalzinho. Mas sem dúvida, o principal representante deste segmento até agora foi Jorge Furtado. Você que está acostumado a ver o nome do cineasta associado ao cultuado "Ilha das flores" deve estar injuriado com essa minha colocação! Ha!

Digo isso, porque fiz um curso com ele uma vez, e o mesmo confidenciou que quando começou a fazer cinema, o filho (Pedro Furtado) queria ser ator, mas como o menino era adolescente, não conseguia papéis pelo motivo que descrevi nas primeiras frases do post. Então ele, como roteirista/diretor, resolveu criar uma história para que o filho e outros atores jovens pudessem interpretar. Eis que surge seu primeiro filme "Houve uma vez dois verões", que é muito bom.

Ta certo que em seguida o Jorge Furtado renegou totalmente essa proposta, colocando a moda antiga o  Lázaro Ramos e a Leandra Leal para interpretar adolescentes em "O homem que copiava". Mas calma, ele ainda merece ponto nesse segmento, pois mesmo com seu filho crescido e fazendo novela das 8, ele voltou a explorar a juventude em "Meu tio matou um cara", e veja, com os então joviais, Darlan Cunha e Sophia Reis. Depois acho que ele desencanou mesmo da temática e partiu para sua consolidação como criador audiovisual, mas a meu ver ele fez as primeiras contribuições para esse novo nicho, que seguramente ainda vai render muito.

Lá fora a coisa também tem mudado, vira e mexe sempre apareceu alguma proposta nova para a juventude, mas recentemente também rolou um crescimento na proposta de ser mais fiel a esse universo, figuras como Michael Cera estão aí por isso. Hoje vi um que cumpriu bem esse papel, o longa "Submarine", que aborda de maneira inusitada as descobertas de um casal indie composto por um jovem tímido e uma namorada moderna e dominadora. Destaque para a as músicas da bela trilha composta por Alex Turner, vocalista da banda inglesa Artic Monkeys, que por dias não saíram da minha cabeça. 

Segue umas delas, com legenda em espanhol para você fazer aquelas traduções narradas de programa de rádio Love songs! Ha!