quarta-feira, 26 de março de 2008

in tens idade

... o interessante na verdade é senti-la o máximo possível, sempre, em tudo o que fizer, a idéia é focar exatamente aquilo, naquele exato momento. Como isso que faço agora, escrevendo. Cada palavra, passou antes pelo meu pensamento (de onde veio não sei dizer), e depois veio para cá. O cá a que me refiro é exatamente isso que você está lendo.
Tudo surgiu de um processo complexo que aconteceu em pouquíssimos e imperceptíveis fragmentos de segundo. Assim como o comando que faz eu mover a mão enquanto meus dedos batem nas teclas quase que ao mesmo tempo em que meus olhos as fitaram. É tudo tão rápido. As vezes não consigo acompanhar, tentando entender o porque.

O que são as palavras?

A interrogação às vezes me soa assustadora...

Na verdade não sei se a pergunta faz muito sentido, se é que se é preciso, já que a falta de, faz com que muitos nem o procurem. Sortudos os que conseguem.

Quero escrever sem parar por alguns minutos... vou começar jogando qualquer argumento aqui, sem nem me preocupar se ele vai fazer algum sentido enquanto o escrevo, só quero sentir que estou escrevendo, vivendo, “sentindo”, e não parando para pensar o porque, nem como conseguirei, só seguindo, como mais um sortudo desse mundo!

Até esqueci a intenção de tudo isso, mas já não faz diferença, passou, o que interessa agora é continuar escrevendo, olhando, digitando, respirando, até porque assim me fogem os pensamentos que quero evitar, é uma pena ter escrito isso, porque acabei pensando neles, e devo confessar que foi assustador, porque nem deu tempo de escreve-los e já os estava negando novamente. Isso prova que seja lá de onde venham os pensamentos, eles são muito mais rápidos do que eu, do que essas palavras, do que a própria negação.

...

Olha que bizarro, quando estava escrevendo e pensando o que escreveria, sem querer desviei e pensei em outra coisa da qual nem registrei na memória, daí parei com o cursor piscando e...
Que sensação estranha!

Estou pensando o que ia escrever, mas não lembro, sabe esses momentos que você tenta ser o mais específico possível, tenta chegar ao cerne da questão, mas parece que as coisas fogem, porque o tempo delas é muito mais intenso que o seu?

Calma, pensarei...

Olha, lembrei do contexto num geral! É sério, juro que não voltei para ler! Se o fizesse estaria trapaceando a mim mesmo, e se o fizesse, escreveria, pois a trapaça exige tantos pensamentos que seria interessante intensifica-la aqui!

Acho que a razão de tudo era propor uma experiência para sentir o pensamento, perceber ele surgindo misteriosamente, o corpo reagindo, as palavras surgindo, tanto para mim nesse meu agora, quanto para você nesse seu agora, em que vive o meu processo de forma inversa.

Convenhamos que você nem deve mais lembrar o que diziam as primeiras linhas, portanto a recepção também é falha, o armazenamento também é mais lento do que a intensidade do que você lê agora.

Num geral dá para perceber que assim como as primeiras frases e os primeiros pensamentos estão ligados com esses últimos, eles também nada tem a ver, porque tudo parece estar muito perto e ao mesmo tempo muito distante!

Se chegou até aqui e acompanhou essa epopéia que vivi em poucos minutos, é porque dedicou também alguns minutos de sua vida a essas palavras e a esses mistérios que...