terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

NÚ COM A MÃO NO BOLSO

É como me sinto, após um período de intenso contato com sensações das quais sempre fugimos. Tive um blog chamado "NUDE" (agora em reformulação), do qual usei para vomitar algumas histórias em pequenos contos. A idéia era desenvolver minitramas limitadas em apenas três parágrafos, abordando personagens intensos, porém passivos e reativos, que teriam suas realidades modificadas por enxurradas de eventos externos.


Os textos eram acompanhados de colagens, nas quais tentei aplicar a técnica de "one point", centralizando os personagens e construindo lúdicamente um universo ao seu redor. Num grito de cores ou na falta delas, tentavam expressar mundos de ilusão, em que seres raros explodiam sentimentos nús perante uma sociedade cruel e pausterizada.



NUDE foi um vômito, a obersavação de um mundo cruel que massacra personagens incompreendidos, mas que os leva a uma evolução obrigatória através da dor da adaptação, entrando em contato com suas sombras, para em seguida modificarem a realidade.



Seja um gênio da matemática que mesmo concebido a partir da dor do apego vem a mudar a história da humanidade, de uma mulher que nasce em corpo de homem e tem sua vida assassinada para renascer num novo ser e ocupar seu real espaço no mundo ou uma tribo de libertários que é devastada pela incompreensão humana das diferenças, mas acaba se espalhando e descentralizando suas propostas de evolução.



Este foi um projeto de exposição de visceras, um vômito de histórias de inseguranças, inadequações, utopias, raivas, sons e furia, praticados da maneira mais básica do mundo, nús! A nudez é um ato que geralmente se pratica as escondidas, mas sabe como é né, abaixo os pudores, avante sociedade nudista!



Foi um período criativamente bacana, mas após esta longa viagem por estes universos, sinto saudades de casa e retorno ao meu velho excêntrico paraíso, MINHA XANADU!