O som da estrada lhe soou como o mar, o breu
dos olhos fechados, a cabeça pousada no recosto do banco e um leve e contínuo
zumbido da rodovia. A cada veículo que passava, o vento suave de seus trajetos
lhe soava como ondas, por vezes passavam tempestivamente, por vezes soavam como
a brisa que há pouco havia sentido. No céu, gaivotas como as que admirou na
costa, nos carros os mesmos seres estranhos que transitavam pela areia. Nele,
um grão, um fiapo de mutação. O som das águas ainda estava nele contido, o sol
era o mesmo que brilhava todo dia nas mais diversas partes do mundo e que
experiente lhe dava bom dia, reluzindo com raios de mais um dia madurado.